05/04/2006

Desesperado

Hoje estou em casa.

Tu estás onde estás.

Sentada na minha cama, com a janela entreaberta, fumo o último cigarro da noite. Tu fumas o primeiro dos dez que fumas por dia.

Hoje olho as mesmas estrelas que tu, mesmo sem estar contigo, e estou.

Estás sentado ou de pé, atarefado ou quieto, de frente para o mar, ansioso por uma noite calma. Com certeza.

Olho mais uma vez o céu, e penso em ti como penso por vezes.

Hoje não procurei. Não te vi. Não te quis ver. Não sorvi o teu conhecimento e não partilhei contigo, frases feitas ou pensamentos ocasionais. Reservei o dia para mim. Tem de ser assim.

O carro do meu pai tentou persuadir-me a ir ao teu encontro, mas respondi-lhe que não.

Hoje penso em ti como penso poucas vezes e a saudade não cresce. Amanhã será diferente. Certamente diferente. Que assim o seja.

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