05/04/2006

Desencontro

Esta noite, a lua não nasceu.

Andámos, por caminhos paralelos, milhas de estrada sem lhe encontrar o fim.

Procurámo-nos pela noite vazia de cor, uma noite diferente de todas as outras noites em que passeamos por Lisboa, em busca da intensidade de luz, inventada pela imensidão de candeeiros altos e esguios. Ou pelos focos de lazer das imensas discotecas que iluminam as ruas da cidade.
A noite estava escura como nunca a tínhamos visto. As vozes estavam caladas, as estradas apagadas, as lâmpadas fundidas, as calçadas desertas.

Esta noite, a lua decidiu não nascer, ficando nós desprovidos de admirar a beleza dos corpos sem nome, que constantemente passam por nós sem darmos por isso.

Procurámo-nos por parte incerta, mas como a cidade estava escura e não havia uma alma acasa a quem pedir lume, seguimos, paralelamente, milhas de estrada, de regresso a casa.

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