Ao deixar-te, esta tarde, deixaste-me a pensar que no nosso abraço, tudo se pode contar.
Anos de histórias e nunca nada se torna banal. Segredos que revelamos, gestos com que nos tocamos... misterioso abraço este, afinal.
O nosso abraço é longo ou curto.
Despropositado, desejado, com garra, simples, confidente, profundo, mar, canção. É bailado, é calor, é perfume, é amor. Quente, frequente, muito amado. Sincero, triste e honrado. Mel, guitarra e fado, voz, silêncio calado. Presente. Nunca ilusão! Passado, lágrima, dor, sangue, suor, oásis num deserto apagado, lume de cigarro esquecido, lua de um céu não estrelado. Rosa amarela na savana, livro aberto de linhas tontas, noite, dia, encontro, beleza, olhar, refúgio, calma, brisa, vento, serenidade. Abraço. Para sempre.
Sem puder ter este abraço, de que me valem todos os beijos? Abraço é vida, é força, é sinal, é tesouro escondido num baú de memória imortal.
É real, mesmo que ainda seja sonho.
O nosso abraço, em que penso, é mundo, é àgua cristalina, barco sem fundo, anel de fantasia, arco de triunfo.
É praia, vida, fogo e lar. É dar, receber. É tudo.
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